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Decreto-Lei n. 59/90/M
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Decreto-Lei n. 59/90/M
Decreto-Lei n.º 59/90/M
de 17 de Setembro
O presente diploma resulta da necessidade, há muito sentida, de efectuar o
controlo do mercado de medicamentos por forma a garantir
a qualidade e a
segurança que, no interesse da população, os produtos próprios daquele
mercado devem possuir.
O modelo de controlo instituído é o do prévio registo dos medicamentos
destinados a ser utilizados no Território.
Trata-se de um modelo que, com respeito pelos critérios científicos
básicos de garantia de qualidade, se pretendeu o mais simplificado
possível,
por forma a não introduzir distorções e estrangulamentos no funcionamento do
mercado daqueles produtos essenciais.
O processo de registo prévio segue de perto, na sua forma simplificada, os
requisitos "standard" de qualidade e segurança
mundialmente
adoptados.
Nestes termos;
Ouvidos o Conselho Consultivo e o Conselho de Saúde;
O Governador decreta, nos termos do n.º 1 do artigo 13.º do Estatuto Orgânico de Macau,
para valer como lei no território de Macau, o seguinte:
CAPÍTULO I
Objecto e âmbito
Artigo 1.º
(Objecto)
1. O presente diploma institui e regula o registo das especialidades
farmacêuticas utilizadas no território de Macau.
2. Para efeitos deste diploma entende-se por:
- a) Especialidade farmacêutica - todo o medicamento preparado antecipadamente
com denominação e acondicionamento especiais;
- b) Medicamento - a preparação farmacêutica constituída por uma
substância ou conjunto de substâncias possuindo propriedades
curativas ou
preventivas de doenças humanas ou animais;
- c) Substância - toda a matéria, seja qual for a sua origem, podendo esta
ser:
Humana, tal como sangue humano, seus derivados e outros tecidos;
Animal, tal como microrganismos, animais inteiros, partes de órgãos,
secreções animais, produtos derivados do sangue;
Vegetal, tal como os microrganismos, plantas, partes de plantas, sucos
vegetais, substâncias obtidas por extracção;
Química, tal como os elementos, matérias químicas naturais e os produtos
químicos de transformação e de síntese.
Artigo 2.º
(Âmbito)
1. O presente diploma é aplicável não só às especialidades
farmacêuticas para uso humano ou animal a introduzir no Território,
como
àquelas que nele já são utilizadas.
2. Ficam excluídos do âmbito de aplicação deste diploma os produtos e
substâncias utilizados na farmácia tradicional chinesa
e outras medicinas
tradicionais, os quais serão objecto de diploma especial.
Artigo 3.º
(Medicamentos especiais)
Os medicamentos resultantes de biotecnologia e os derivados do sangue ou do
plasma humano, os produtos radiofarmacêuticos e os estupefacientes
e
psicotrópicos, além da regulamentação contida neste diploma, estão ainda
sujeitos a legislação complementar aplicável,
bem como às orientações
técnicas e normativas da Direcção dos Serviços de Saúde.
CAPÍTULO II
Registo
Artigo 4.º
(Obrigatoriedade)
1. Nenhuma especialidade farmacêutica pode ser colocada no mercado de Macau
sem que previamente seja registada.
2. Exceptuam-se do disposto no número anterior, as especialidades
farmacêuticas cuja importação seja ordenada ou autorizada pela
Direcção dos
Serviços de Saúde, em caso de emergência ou de carência no Território.
Artigo 5.º
(Competência)
1. Compete à Direcção dos Serviços de Saúde, através da subunidade
responsável pelos assuntos farmacêuticos, proceder às
operações de registo.
2. A autorização do registo é concedida por despacho do director dos
Serviços de Saúde após parecer de uma comissão técnica
por ele nomeada.
3. O despacho referido no número anterior será publicado no Boletim Oficial
e dele constará a designação e o número do registo
da especialidade, a
denominação do laboratório fabricante e da firma representante da
especialidade no Território.
4. A especialidade registada só pode ser colocada no mercado após aquela
publicação.
Artigo 6.º
(Entidades requerentes)
1. Podem requerer o registo:
- a) Os laboratórios fabricantes ou as empresas farmacêuticas que sejam
proprietárias da especialidade farmacêutica ou da respectiva
marca;
- b) As firmas de importação, de exportação e de venda por grosso de
produtos farmacêuticos titulares de competente alvará, que
forem mandatadas
pelas entidades referidas na alínea anterior para requerer o registo.
2. As entidades referidas na alínea a) do número anterior poderão requerer
o registo através de representante constituído expressamente
para esse fim.
Artigo 7.º
(Registo)
1. Do registo constará, nomeadamente:
- a) A designação da especialidade;
- b) As formas de apresentação;
- c) Os tipos de embalagens utilizados;
- d) O laboratório fabricante ou o proprietário da especialidade ou da
marca;
- e) A entidade requerente;
- f) A data do despacho que autorizou o registo e o Boletim Oficial no qual foi
publicado;
- g) O número do registo;
- h) O prazo de validade do registo.
2. O código do registo conterá três letras e cinco algarismos (MAC 00000).
3. Serão inscritas por averbamento as alterações, as renovações, as
suspensões e o cancelamento do registo.
4. A Direcção dos Serviços de Saúde emitirá um certificado de registo,
conforme Anexo I, em duplicado, destinando-se o original
ao proprietário da
especialidade farmacêutica e a cópia à entidade que em Macau representa
aquele proprietário.
Artigo 8.º
(Prazo de validade. Renovações)
1. Sem prejuízo do disposto no artigo 16.º, o registo é válido por um
prazo de dois anos, podendo ser renovado por prazos sucessivos,
com a duração
de cinco anos cada, mediante processo de revisão requerido pelo interessado.
2. A revisão deverá ser requerida três meses antes de expirar o prazo de
validade.
3. A falta de pedido de revisão determina a caducidade do registo no final
do prazo de validade.
Artigo 9.º
(Taxas)
1. No acto de requerimento do registo ou da revisão, deverão ser liquidadas
as taxas constantes do Anexo II, as quais constituem
receita do Território.
2. A recusa do registo inicial ou a sua não renovação após o processo de
revisão não conferem o direito à devolução do valor
das taxas.
3. As taxas serão actualizadas periodicamente por despacho do Governador.
CAPÍTULO III
Processo
Artigo 10.º
(Pedido do registo)
1. O pedido do registo é feito através de requerimento dirigido ao director
dos Serviços de Saúde, donde constará:
- a) O nome ou denominação e o domicílio ou sede do requerente;
- b) O nome ou denominação e o domicílio ou sede do laboratório fabricante
ou do proprietário da especialidade farmacêutica ou
da marca;
- c) A designação da especialidade (nome da fantasia, denominação comum ou
científica, acompanhada da marca ou do nome do fabricante
ou do proprietário).
2. O processo do registo será organizado de acordo com o Anexo III do
presente diploma e será instruído com os seguintes elementos:
- a) Descrição da composição qualitativa e quantitativa de todos os
componentes da especialidade, em termos usuais, com exclusão
de fórmulas
químicas brutas, acompanhada da denominação comum internacional recomendada
pela Organização Mundial de Saúde,
no caso de existir tal denominação;
- b) Descrição sumária do modo de fabrico do produto;
- c) Indicações terapêuticas, contra-indicações e efeitos
secundários;
- d) Posologia, forma farmacêutica, modo e via de administração e duração
presumida da estabilidade, se esta for inferior a três
anos;
- e) Métodos de controlo utilizados pelo fabricante (análise e dosagem dos
componentes e do produto acabado, ensaios particulares,
como ensaios de
esterilidade, ensaios para pesquisa de metais pesados, ensaios de estabilidade,
ensaios biológicos e de toxicidade;
- f) Resultados dos ensaios físico-químicos, biológicos ou microbiológicos,
toxicológicos, farmacológicos e clínicos;
- g) Amostras ou exemplares da especialidade para venda ou ensaio clínico em
número suficiente para análise e sua repetição acompanhados
da respectiva
literatura, bem como dos rótulos se estiverem previstos.
3. A documentação bibliográfica relativa aos ensaios farmacológicos,
toxicológicos e clínicos pode substituir a apresentação
dos respectivos
resultados desde que se trate de:
- a) Uma especialidade já explorada que tenha sido suficientemente
experimentada no homem para que os seus efeitos, incluindo os secundários,
sejam já conhecidos e figurem em documentação bibliográfica a apresentar;
- b) Uma especialidade nova, cuja composição em princípios activos seja
idêntica à de uma especialidade já conhecida e explorada;
- c) Uma especialidade nova contendo unicamente componentes conhecidos já
associados em proporção comparável em medicamentos suficientemente
experimentados e já explorados.
4. Tratando-se de um medicamento novo que contenha substâncias activas
conhecidas mas ainda não associadas para um fim terapêutico,
os ensaios
farmacológicos, toxicológicos e clínicos relativos à associação, são
obrigatórios, dispensando-se, no entanto,
a documentação respeitante a cada
componente individual.
5. Se se tratar de medicamento para uso veterinário, deve completar-se o
processo com:
- a) A posologia para as espécies animais às quais o medicamento é
destinado, modo e via de administração, e ainda quais as medidas
de
precaução e segurança a tomar quando do emprego do medicamento, quer para o
animal quer para quem o aplica, e sua justificação;
- b) A indicação do intervalo de segurança, ou seja, do tempo que deve
decorrer entre a última administração do medicamento ao
animal, nas
condições normais de emprego, e a obtenção de géneros alimentícios isentos
de resíduos que apresentam perigo
para a saúde do consumidor.
Artigo 11.º
(Autorização de fabrico e prova de registo)
O processo de registo será ainda instruído com cópia autenticada da
autorização de fabrico e certificado de registo da especialidade
farmacêutica
no país de origem.
Artigo 12.º
(Cumulação de pedidos)
1. Poderão ser incluídas no mesmo pedido de registo diferentes formas
farmacêuticas e apresentações da mesma fórmula, quando
sejam qualitativa e
quantitativamente iguais em princípios activos.
2. São consideradas formas de apresentação distintas as amostras
destinadas a ensaio clínico, pelo que a sua referência deverá
ser
pormenorizada.
Artigo 13.º
(Estudo do processo. Exames laboratoriais)
1. A subunidade da Direcção dos Serviços de Saúde, responsável pelos
assuntos farmacêuticos, procederá ao estudo do processo
e aos exames
laboratoriais necessários com vista a comprovar a qualidade, a eficácia e a
segurança da especialidade a registar.
2. O processo de registo será submetido a deliberação da comissão
referida no artigo 5.º deste diploma, acompanhado de um relatório
circunstanciado sobre os resultados analíticos obtidos nas amostras dos
produtos, no prazo de cinco meses, contado desde a data
em que se completou a
instrução do processo.
3. A Direcção dos Serviços de Saúde poderá solicitar ao requerente os
elementos ou esclarecimentos que julgar indispensáveis
ao perfeito conhecimento
da especialidade a registar.
4. Havendo insuficiências ou deficiências na instrução do processo de
registo, o prazo referido no n.º 2 conta-se a partir do
momento em que forem
supridas.
Artigo 14.º
(Prioridade)
1. Os processos de registo de especialidades farmacêuticas incluídas em
grupos terapêuticos de maior importância no domínio
da saúde pública têm
prioridade sobre os restantes.
2. A prioridade é definida pelo director dos Serviços de Saúde, sob
proposta da comissão técnica referida no artigo 5.º
CAPÍTULO IV
Recusa e cancelamento do registo
Artigo 15.º
(Recusa do registo)
1. O registo será recusado quando:
- a) Não esteja autorizada a comercialização da especialidade farmacêutica
no país de origem;
- b) O processo de registo não estiver organizado e instruído nos termos
previstos neste diploma;
- c) A especialidade seja susceptiva de ser nociva à saúde em condições
normais de utilização;
- d) Falte o efeito terapêutico da especialidade ou esteja insuficientemente
comprovada;
- e) A especialidade não tenha a composição qualitativa e ou quantitativa
declarada;
- f) A sua composição não se mantenha estável nas condições normais de
conservação.
2. Verifica-se a falta de eficácia quando se conclui que a especialidade
farmacêutica não permite obter resultados terapêuticos.
Artigo 16.º
(Cancelamento do registo)
O registo é cancelado quando:
- a) Se verificar que a especialidade farmacêutica é nociva à saúde em
condições normais de utilização;
- b) Se concluir pela falta do efeito terapêutico que lhe era atribuído;
- c) Se concluir que a especialidade deixou de ter a composição qualitativa e
quantitativa declarada;
- d) Não seja respeitado o disposto neste diploma sobre embalagens e
recipientes de especialidades farmacêuticas.
Artigo 17.º
(Competência)
1. As decisões de recusa ou cancelamento do registo são tomadas pelo
director dos Serviços de Saúde, após parecer da comissão
técnica referida
no artigo 5.º deste diploma.
2. A decisão de recusa ou de cancelamento tem de ser fundamentada e
notificada aos interessados.
3. O recurso gracioso da decisão não tem efeito suspensivo.
Artigo 18.º
(Efeitos da recusa e do cancelamento)
1. As especialidades farmacêuticas cujo registo tenha sido recusado não
podem ser colocadas no mercado e aquelas cujo registo tenha
sido cancelado
deixam de poder ser comercializadas.
2. Os efeitos da recusa do registo produzem-se a partir do dia seguinte ao da
notificação ao interessado e os do cancelamento a
partir da publicação no
Boletim Oficial do respectivo despacho.
CAPÍTULO V
Embalagens e recipientes das especialidades farmacêuticas
Artigo 19.º
(Embalagens exteriores)
1. As embalagens exteriores das especialidades farmacêuticas devem conter as
seguintes inscrições, impressas nas próprias embalagens:
- a) A denominação da especialidade, que pode ser um nome de fantasia ou uma
denominação comum acompanhada de uma marca ou do nome
do fabricante, ou
denominação científica acompanhada de uma marca ou do nome do fabricante;
- b) A indicação, junto da denominação da especialidade, da composição
qualitativa e quantitativa em princípios activos por
unidade de dose ou em
percentagem, consoante a forma farmacêutica;
- c) O número de referência para identificação na produção (lote de
fabrico);
- d) O nome ou a firma e o domicílio ou a sede social do fabricante ou do
proprietário da especialidade ou da marca;
- e) O modo de administração;
- f) A data do fabrico;
- g) A data do fim do prazo de validade para as especialidades cuja duração
de estabilidade é inferior a três anos;
- h) A forma farmacêutica e o conteúdo em peso, em volume ou em unidades de
dose;
- i) As precauções especiais de conservação, se as houver.
2. Sempre que existam denominações comuns internacionais recomendadas pela
Organização Mundial de Saúde deverão ser essas denominações
as usadas.
3. A forma farmacêutica e o conteúdo em peso, em volume ou em unidades de
dose podem ser indicados apenas nas embalagens exteriores.
4. As embalagens das especialidades deverão ainda conter as seguintes
inscrições, em português e chinês, impressas nas próprias
embalagens ou em
etiqueta inviolável nelas colada:
- a) As destinadas a uso externo, a expressão "USO EXTERNO";
- b) As destinadas a uso veterinário, a expressão "USO
VETERINÁRIO";
- c) As que não podem ser fornecidas sem receita médica, a expressão
"SÓ PODE VENDER-SE COM RECEITA MÉDICA", ou equivalente;
- d) A expressão "MANTER FORA DO ALCANCE DAS CRIANÇAS";
- e) O número do registo.
Artigo 20.º
(Recipientes)
Não havendo embalagem exterior, deverão figurar no recipiente das
especialidades farmacêuticas as indicações constantes das
alíneas a), b),
c), e) e g) do n.º 1 e da alínea e) do n.º 4 do artigo anterior.
CAPÍTULO VI
Disposições finais
Artigo 21.º
(Sanções)
1. A violação do disposto no n.º 1 do artigo 4.º deste diploma é
punível com multa no valor de cem vezes o preço de venda
no grossista ou, na
falta dele, cem vezes o preço de venda ao consumidor de cada embalagem ou
recipiente da especialidade, no
momento em que foi praticada a infracção.
2. O valor da multa prevista no número anterior é elevado para o dobro,
quando a comercialização da especialidade farmacêutica
seja feita após ter
sido recusado ou cancelado o registo.
3. Havendo reincidência, o valor da multa será elevado para o dobro e será
cancelado o alvará para o exercício de actividades
farmacêuticas por parte do
infractor.
4. As especialidades farmacêuticas que, em contravenção do disposto no
n.º 1 do artigo 4.º, no n.º 1 do artigo 18.º e no artigo
19.º, sejam
colocados ou comercializados no Território, são apreendidas.
5. Nenhuma sanção pode ser aplicada sem prévia audiência do infractor,
sob pena de nulidade do acto que a aplicou.
6. O prazo de pagamento das multas é de quinze dias, contados da
notificação da decisão, procedendo-se à sua cobrança coerciva
pelos juízos
de execuções fiscais em caso de não pagamento voluntário, servindo de
título executivo certidão do despacho
que tiver aplicado a multa.
7. O disposto neste artigo não prejudica qualquer outra responsabilidade,
civil ou criminal, que ao caso couber, nem o pagamento
da multa impede a
apreensão prevista no n.º 4.
8. Compete ao director dos Serviços de Saúde decidir sobre a aplicação
das multas e ordenar a apreensão prevista no n.º 4,
mediante auto de notícia
levantado pelos agentes da fiscalização da actividade farmacêutica da
Direcção dos Serviços de
Saúde.
9. Das decisões do director dos Serviços de Saúde cabe recurso para o
Governador, a interpor no prazo de quinze dias.
Artigo 22.º
(Destino dos produtos apreendidos)
As especialidades apreendidas em consequência da recusa do registo, com
fundamento na alínea c) do n.º 1 do artigo 15.º, ou do
cancelamento do
registo, com fundamento na alínea a) do n.º 1 do artigo 16.º, serão
destruídas; nos restantes casos de apreensão,
as especialidades consideram-se
perdidas a favor do Território.
Artigo 23.º
(Confidencialidade)
A documentação destinada a instruir o processo de registo será entregue,
em envelope fechado e lacrado, e a informação nela
contida é confidencial.
Artigo 24.º
(Língua utilizada nos documentos)
1. Os documentos juntos ao processo de registo terão que ser escritos em
língua portuguesa e, quando originariamente escritos noutra
língua, terão de
ser acompanhados da tradução para a língua portuguesa.
2. O texto da literatura que acompanha a especialidade farmacêutica poderá
ser escrito na língua do país de origem da especialidade,
mas terá de conter
a versão em português e em chinês.
Artigo 25.º
(Designações das especialidades)
Os nomes genéricos e as doses das especialidades farmacêuticas, bem como a
respectiva composição, deverão ser apresentados segundo
a sua designação em
latim, português ou inglês e, sempre que possível, conforme constam do
"International Non-proprietary
Names (INN) for Pharmaceutical Substances"
da Organização Mundial de Saúde.
Artigo 26.º
(Impressão do número de registo)
A impressão do número de registo da especialidade farmacêutica nas
embalagens e rótulos é feita pelo requerente do registo.
Artigo 27.º
(Representação local de fabricante ou proprietário)
1. As especialidades farmacêuticas registadas só podem ser comercializadas
no Território através de firma de importação, exportação
e venda por
grosso de produtos farmacêuticos nele sediada e que seja possuidora do
respectivo alvará.
2. Para o efeito previsto no número anterior, o laboratório fabricante ou o
proprietário da especialidade farmacêutica ou da
marca deverá possuir no
Território uma firma de importação, exportação e venda por grosso de
produtos farmacêuticos que
o represente.
3. A representação prevista no número anterior deverá especificar os
produtos por ela abrangidos, salvo se se tratar de uma representação
genérica
do laboratório fabricante ou do proprietário da especialidade.
4. A cessação da representação, quer por iniciativa do representante quer
do representado, deve ser dada a conhecer à Direcção
dos Serviços de Saúde
de Macau, com 30 dias de antecedência em relação à data em que produzirá os
seus efeitos.
Artigo 28.º
(Entrada em vigor)
O presente diploma entra em vigor seis meses após a sua publicação.
Aprovado em 13 de Setembro de 1990.
Publique-se.
O Governador, Carlos Montez Melancia.
———
Anexo I
Modelo do certificado de registo de especialidades farmacêuticas, a que se
refere o n.º 4 do artigo 7.º do Decreto-Lei n.º 59/90/M,
de 19 de Setembro.
Governo de Macau
Direcção dos Serviços de Saúde
CERTIFICADO DE REGISTO DE ESPECIALIDADE FARMACÊUTICA
CERTIFICO que a especialidade farmacêutica, abaixo identificada, se encontra
registada no território de Macau, de acordo com as
seguintes especificações:
(1) Nome comercial MAC
(2) Composição
(3) F. Farm./dose (4) Apresentação:
(5) Entidade proprietária:
(6) Requerente do registo:
(7) Registo autorizado por
(8) Data do despacho: ___ / ____/ ____; (9) Boletim Oficial n.º
de ____/ ____/ ____
(10) Validade do registo:
Data: _____de ______de______
O Director dos Serviços de Saúde,
(11) Cód.
_____________________
(Assinatura e selo branco)
———
Anexo II
É o seguinte o valor das taxas de registo, a que se refere o artigo 9.º do
Decreto-Lei n.º 59/90/M, de 19 de Setembro:
a) Registo inicial |
MOP 1 000,00 |
b) Por cada forma farmacêutica diferente e adicional |
MOP 300,00 |
c) Revisão do registo |
MOP 750,00 |
d) Por cada forma farmacêutica diferente e adicional |
MOP 200,00 |
———
Anexo III
Modo do processo de registo de especialidades farmacêuticas, a que se refere
o n.º 2 do artigo 10.º do Decreto-Lei n.º
59/90/M, de 19 de Setembro.
PARTE I
INFORMAÇÕES GERAIS (Resumo do Processo)
- I-A - Informações administrativas.
- I-B - Resumo das características do produto.
PARTE II
DOCUMENTAÇÃO QUÍMICA, FARMACÊUTICA E BIOLÓGICA
- II-A - Composição.
- II-B - Modo de preparação.
- II-C - Controlo de matérias-primas.
- II-D - Controlo de produtos intermédios.
- II-E - Controlo de produto acabado.
- II-F - Estabilidade.
- II-Q - Outras informações.
PARTE III
DOCUMENTAÇÃO TOXICOLÓGICA E FARMACOLÓGICA
- III-A - Toxicidade por administração única.
- III-B - Toxicidade por administração reiterada.
- III-C - Estudos de reprodução.
- III-D - Potencial mutagéneo.
- III-E - Potencial carcinogénio/oncogéneo.
- III-F - Farmacodinamia.
- III-G - Farmacocinética.
- III-H - Tolerância local.
- III-Q - Outras informações.
PARTE IV
DOCUMENTAÇÃO CLÍNICA
- IV-A - Farmacologia humana.
- IV-B - Documentação clínica.
- IV-Q - Outras informações.
PARTE V
INFORMAÇÕES PARTICULARES
- V-A - Apresentação(ões).
- V-B - Amostras.
- V-C - Autorização(ões) de fabrico.
- V-D - Autorização(ões) de colocação no mercado.
———
PARTE I
RESUMO DO PROCESSO
Parte I-A - Informações administrativas
- 1. - Denominação da especialidade farmacêutica.
- 2. - Forma farmacêutica (incluindo a via de administração), dosagem e
apresentação.
- 3. - Nome ou firma, objecto e sede social do requerente.
- 4. a. - Nome e morada do responsável pela colocação no mercado da
especialidade farmacêutica.
- 4. b. - Nome e morada do ou dos fabricantes que intervêm no processo de
fabrico, com indicação das diversas etapas.
- 5. - Nome e morada do importador ou do distribuidor.
- 6. - Conteúdo de volumes de documentação fornecidos para apoio ao pedido de
autorização.
- 7. - Data e assinatura reconhecida do requerente.
Parte I-B - Resumo das características da especialidade farmacêutica
- 1. - Denominação da especialidade.
- 2. - Composição qualitativa e quantitativa em princípios activos, em
constituintes do excipiente em cujo conhecimento são empregadas
as denominações comuns internacionais pela OMS (INN) sempre que estas existam ou, na
sua falta, as usuais ou as denominações
químicas.
- 3. - Forma farmacêutica e via de administração.
- 4. - Propriedades farmacológicas e, na medida em que essas informações
forem úteis para a utilização terapêutica, elementos
de farmacocinética.
- 5. - Informações clínicas:
- 5.1. - Indicações terapêuticas.
- 5.2. - Contra-indicações.
- 5.3. - Efeitos indesejáveis, frequência e gravidade.
- 5.4. - Precauções particulares de emprego.
- 5.5. - Utilização em caso de gravidez e de lactação.
- 5.6. - Interacções medicamentosas e outras.
- 5.7. - Posologia e modo de administração para adultos e na medida do
necessário para crianças e ou velhos.
- 5.8. - Sobredose, sintomas, condutas de urgência, antídotos.
- 5.9. - Cuidados especiais.
- 5.10. - Efeitos sobre a condução de veículos e o uso de máquinas.
- 6. - Formações farmacêuticas.
- 61. - Incompatibilidades (maiores).
- 6.2. - Duração da estabilidade, se necessário após reconstituição do
produto ou quando o recipiente é aberto pela primeira
vez.
- 6.3. - Precauções, particulares de conservação.
- 6.4. - Natureza e conteúdo do recipiente.
- 6.5. - Nome ou razão social e domicílio ou sede social do titular da
autorização de colocação no mercado.
PARTE II
DOCUMENTAÇÃO QUÍMICA, FARMACÊUTICA E BIOLÓGICA
Parte II-A - Composição
1. - Composição da especialidade farmacêutica.
Nome dos compostos |
Fórmula unitária e ou em percentagem |
Funções |
Referências às normas |
Compostos activos |
|
|
|
Outros compostos |
|
|
|
- 2. - Recipiente, breve descrição:
- Natureza dos recipientes; composição qualitativa;
- forma de fecho e de abertura.
- 3. Formulação(oês) utilizada(s) para os ensaios clínicos.
- 4. - Desenvolvimento galénico:
- Explicação da escolha da composição, dos compostos e do recipiente de
apoio e, se necessário, dados relativos ao desenvolvimento
galénico. A
sobredosagem no fabrico e a sua justificação devem ser indicadas. Os ensaios
realizados quando da colocação no
ponto galénico devem ser descritos com
precisão. Exemplo: ensaio de dissolução de formas sólidas.
Parte II-B - Método de preparação
- 1. - Fórmula de fabrico, incluindo pormenores respeitantes ao tamanho do
lote.
- 2. - Processo de fabrico quando for empregado um método de fabrico não
convencional ou quando a sua execução for determinante
para a qualidade do produto (dados experimentais mostrando que o processo de
fabrico, com utilização de matérias-primas da
qualidade indicada e do
equipamento específico, é apropriado e produzirá de forma constante um medicamento da qualidade
desejada).
Parte II-C - Controlo das matérias-primas
- 1. - Princípios activos.
- 1.1. - Especificação e controlo de rotina.
- 1.1.1. - Princípios activos descritos numa farmacopeia.
- 1.1.2. - Princípios activos não descritos numa farmacopeia:
- Caracteres;
- Ensaios de identificação;
- Ensaios de pureza:
- Físicos; Químicos;
- Biológicos/imuno-lógicos;
- Outros ensaios;
- Dosagem e ou outra determinação da actividade.
- 1.2. - Dados científicos:
- 1.2.1. - Nomenclatura:
- Denominação comum internacional (INN);
- Denominação química;
- Outra(s) denominação(ões).
- 1.2.2. - Descrição:
- Forma física;
- Forma estrutural, incluindo a conformação para as macromoléculas;
- Fórmula molecular;
- Fórmula molecular relativa;
- Poder rotativo.
- 1.2.3. - Impurezas:
- Impurezas potenciais ligadas ao processo de síntese;
- Métodos analíticos, com os seus limites de detecção.
Parte II-D - Controlo dos produtos intermédios, em caso de necessidade
Deve ser feita distinção entre os controlos em curso de fabrico e os
controlos dos produtos intermédios.
Parte II-E - Controlo de produto acabado
- 1. - Especificações do produto e controlo de rotina.
- 1.2. - Métodos de controlo.
- 1.2.1. - As técnicas de identificação e de dosagem do ou dos princípios
activos devem ser descritas com precisão, incluindo
os métodos biológicos, se
forem adequados, ao mesmo tempo que os outros ensaios:
- Ensaios de identificação;
- Dosagem dos princípios activos;
- Ensaios de pureza;
- Ensaios farmacêuticos, por exemplo dissolução.
- 1.2.2. - Identificação e dosagem dos excipientes:
- Ensaios de identificação dos corantes autorizados;
- Determinação dos agentes antimicrobianos ou dos agentes químicos de
conservação (com limites).
- 2. - Dados científicos:
- 2.1. - Validação - precisão e especialidade - dos métodos e comentários
sobre a escolha dos ensaios e das normas.
- 2.2. - Análises do lote:
- Lotes controlados - data e local de fabrico, data de controlo, dimensão dos lotes e sua
utilização;
- Resultados obtidos;
- Normas de referência - resultados analíticos.
Parte II-F - Estabilidade
- 1. - Ensaios de estabilidade do(s) princípio(s) activos(s):
- Lotes controlados;
- Metodologia geral dos ensaios:
- Condições para os ensaios acelerados;
- Condições para os ensaios normais.
- Métodos analíticos:
- Técnicas de dosagem e validação;
- Dosagem dos produtos de degradação.
- Resultados dos ensaios;
- Interpretação dos ensaios;
- Conclusões.
- 2. - Ensaios de estabilidade do produto acabado:
- Lotes controlados precisando a embalagem;
- Métodos de estudo:
- Em tempo real;
- Estudo em condições variadas de conservação.
- Caracteres estudados:
- Caracteres físicos;
- Caracteres microbiológicos;
- Caracteres químicos;
- Características da embalagem, interacção do recipiente e do fecho com o
produto.
- Método de avaliação:
- Descrição dos métodos de ensaio;
- Validação dos ensaios.
- Resultados dos ensaios;
- Discussão interpretação;
- Conclusões:
- Duração de validade e condições de conservação;
- Duração de validade após reconstituição e ou primeira abertura;
- Ensaios de estabilidade em curso.
Parte II-Q - Outras informações
Esta parte é reservada às informações não cobertas pelas partes precedentes, por exemplo nos ensaios analíticos utilizados nos
ensaios de
desenvolvimento ou nos estudos respeitantes ao metabolismo e à
biodisponibilidade, etc.
PARTE III
DOCUMENTAÇÃO TOXICOLÓGICA E FARMACOLÓGICA
Para cada ensaio, devem ser fornecidas as seguintes informações:
- 1. - Animais utilizados: raça, origem, sexo, idade, peso, etc.
- 2. - Produto utilizado: número de lote, qualidade, etc.
- 3. - Condições experimentais, incluindo o regime alimentar e o
biotério.
- 4. - Resultados.
Parte III-A - Toxicidade por administração única
Parte III-B - Toxicidade por administração reiterada
- 1. - Ensaios de toxicidade subaguda - até três meses.
- 2. - Ensaios de toxicidade crónica - para além dos três meses.
Parte III- C - Estudos de reprodução
- 1. - Fertilidade e capacidade geral de reprodução,
- 2. - Embriotoxidade.
- 3. - Toxicidade perinatal e pós-natal.
Parte III-D - Potencial mutagéneo
- 1. - In vitro.
- 2. - In vivo.
Parte III-E - Potencial carcinogéneo/oncogéneo.
Parte III-F - Farmacodinamia
- 1. - Actividades ligadas às aplicações terapêuticas preconizadas.
- 2. - Farmacodinamia geral.
- 3. - Interacções medicamentosas.
Parte III-G - Farmacocinética
- 1. - Farmacocinética após administração única.
- 2. - Farmacocinética após administração repetida.
- 3. - Distribuição no animal normal e em gestação.
- 4. - Biotransformação.
- 5. - Interacções medicamentosas.
Parte III-H - Tolerância local, se for caso disso
Parte III-Q - Outras informações
Esta parte é destinada a informações não cobertas pelas secções precedentes.
PARTE IV
DOCUMENTAÇÃO CLÍNICA
Parte IV-A - Farmacologia humana
- 1. - Farmacodinamia.
- Cada estudo comportará os elementos seguintes:
- 1.1. - Um resumo.
- 1.2. - A descrição pormenorizada do ensaio.
- 1.3. - Os resultados, ou o protocolo, incluindo:
- As características da população estudada;
- Os resultados em termos de eficácia;
- Os resultados clínicos e biológicos respeitantes à segurança do produto -
é útil a apresentação de quadros com os resultados;
- A análise dos resultados.
- 1.4. - Conclusão.
- 1.5. - Uma bibliografia, se for caso disso.
- Quadros recapitulando os estudos feitos, segundo uma ordem lógica, podem
tornar-se necessários.
- 2. - Farmacocinética.
- Os resultados das pesquisas devem ser apresentados relativamente às
populações estudadas:
- Voluntários sãos;
- Pacientes;
- Grupos particulares de pacientes/condições patológicas especiais:
- pessoas idosas, insuficientes hepáticos ou renais, etc.
- Cada estudo deverá conter os seguintes elementos:
- 2.1. - Um resumo.
- 2.2. - A descrição pormenorizada do ensaio, ou o protocolo.
- 2.3. - Os resultados.
- 2.4. - As conclusões.
- 2.5. - Uma bibliografia, se for caso disso.
- Quadros recapitulando os estudos feitos, segundo uma ordem lógica, podem ser
necessários.
Parte IV-B - Documentação clínica
A documentação clínica deve compreender uma descrição de todos os
estudos efectuados, incluindo os estudos inacabados.
- 1. - Ensaios clínicos.
- Cada estudo comportará os seguintes elementos:
- 1.1 - Um resumo.
- 1.2. - Uma descrição pormenorizada dos principais elementos do ensaio, ou
do protocolo, e dos métodos de análise ou o próprio
protocolo.
- 1.3. - O relatório final, ou intermédio, compreendendo:
- As característcas da população estudada;
- Os resultados em termos de eficiência;
- Seguimento clínico e biológico;
- Principais critérios de eficácia;
- Outros critérios.
- Resultados clínicos e biológicos respeitantes à segurança do produto;
Avaliação estatística dos resultados;
- Dados individuais sobre os pacientes:
- Dados tabelados sobre os pacientes, incluindo os resultados do acompanhamento clínico e dos laboratórios, apresentados de maneira
a
poderem ser postos em relação com os pacientes individuais.
- 1.4. - Discussão eventual.
- 1.5. - Conclusão.
- 2. - Experiência após colocação no mercado, se disponível.
- 2.1. - Farmacovigilância e relatórios sobre os efeitos indesejáveis.
- 2.2. - Número de pacientes.
- 3. - Experiência publicada e não publicada, além do n.º 1.
- 3.1. - Informações sobre os ensaios em curso e sobre os ensaios
interrompidos, explicando as razões da interrupção do ensaio.
- 3.2. - Qualquer outra informação.
Parte IV-Q - Outras informações
PARTE V
INFORMAÇÕES PARTICULARES
Parte V-A - Apresentação
- 1. - Acondicionamento.
- 2. - Etiqueta.
- 3. - Literatura.
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