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Legislação de Macau |
O recrudescimento do fenómeno amplamente disseminado da criminalidade violenta e altamente organizada, que se expressa em raptos de pessoas, sequestros e utilização de engenhos explosivos, torna imperativa e urgente a constituição de grupos e equipas integradas por agentes titulares de especialidades operacionais.
Por outro lado, na composição daqueles órgãos - em que se exige dos seus elementos constante motivação, dura e continuada preparação e rigorosa disciplina, face aos perigos acrescidos que enfrentam na instrução e na acção - tem de recorrer-se, prioritariamente, ao regime de voluntariado, sob pena da sua total ineficácia.
Daà a justeza e a necessidade de se instituÃrem incentivos que, visando por um lado, a motivação do pessoal para o voluntariado e para a constância em funções altamente especializadas, se destinam, por outro lado, a compensar o árduo regime de trabalho, o desgaste fÃsico e psÃquico, a disponibilidade imediata, a dureza do treino e o elevado grau de risco que envolvem especialidades cujo emprego operacional está relacionado com altos nÃveis de violência.
Nestes termos;
Ouvido o Conselho Consultivo;
No uso da autorização legislativa, concedida pelo artigo 1.º da Lei n.º 9/92/M, de 3 de Agosto, e nos termos do n.º 2 do artigo 13.º do Estatuto Orgânico de Macau, o Governador decreta, para valer como lei no território de Macau, o seguinte:
1. São instituÃdos subsÃdios para as seguintes especialidade operacionais:
a) Operações especiais;
b) Inactivação de engenhos explosivos.
2. Os subsÃdios são acumuláveis.
1. O quantitativo de cada um dos subsÃdios é o correspondente a 80% do valor do Ãndice 100 da tabela indiciária dos vencimentos da Administração Pública, anexa ao Decreto-Lei n.º 86/89/M, de 21 de Dezembro.
2. Os subsÃdios são abonados mensalmente.
Os subsÃdios não são incluÃdos nos subsÃdios de férias e de Natal e não contam para efeitos de aposentação.
1. Tem, individualmente, direito aos subsÃdios, o pessoal militarizado a quem tenha sido reconhecida a aquisição de qualquer das especialidades operacionais, referidas no artigo 1.º e que esteja integrado no Grupo de Operações Especiais (GOE) ou em Equipas de Inactivação de Engenhos Explosivos (EIEE), após a sua activação.
2. O reconhecimento da aquisição das especialidades operacionais é feito por despacho interno do Governador a homologar as listas nominais dos agentes militarizados que tenham concluÃdo com aproveitamento os cursos de formação naquelas especialidades.
3. A activação do GOE e das EIEE é da competência do Governador.
Os serviços competentes das Forças de Segurança de Macau devem proceder obrigatoriamente a um seguro contra acidente em serviço, no montante de MOP 500 000,00, actualizável por despacho do Governador, a benefÃcio:
a) Dos agentes com direito aos subsÃdios, enquanto o direito se mantiver;
b) Dos agentes admitidos aos cursos de formação nas especialidades operacionais, durante o perÃodo da sua frequência.
1. O pessoal a integrar o GOE e as EIEE é recrutado, prioritariamente, por voluntariado e escolha, dentre os agentes militarizados do Corpo de PolÃcia de Segurança Pública.
2. Em casos devidamente fundamentados, o Governador pode autorizar a requisição, por tempo indeterminado, de pessoal militarizado da PolÃcia MarÃtima e Fiscal, necessário ao recompletamento do GOE.
3. A admissão aos cursos de especialidades operacionais implica a obrigatoriedade de permanência nas correspondentes funções por um perÃodo de tempo não inferior a quatro anos.
São aprovadas por despacho do Governador as normas reguladoras das seguintes matérias:
a) Planos dos cursos de formação nas especialidades operacionais;
b) Organização e procedimentos conducentes à selecção de pessoal, funcionamento e actuação do GOE e EIEE;
c) Provas técnicas e testes fÃsicos de avaliação para efeitos de manutenção das especialidades;
d) Condições de perda de especialidade por motivos disciplinares.
Os encargos resultantes da execução do presente diploma são satisfeitos por conta da dotação inscrita no capÃtulo 28 da tabela de despesas do orçamento geral do Território.
Aprovado em 15 de Agosto de 1992.
Publique-se.
O Governador, Vasco Rocha Vieira.
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