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Legislação de Macau |
O Chefe do Executivo, depois de ouvido o Conselho Executivo, decreta, nos termos da alÃnea 5) do artigo 50.º da Lei Básica da Região Administrativa Especial de Macau, para valer como regulamento administrativo, o seguinte:
1. É criada a Obra Social dos Serviços de Alfândega, adiante abreviadamente designada por OSSA.
2. A OSSA reveste a natureza de instituto público dotado de personalidade jurÃdica, autonomia administrativa e financeira, com património próprio e tem como objectivo assegurar uma acção social complementar em relação aos seus beneficiários.
1. Compete ao Chefe do Executivo o exercÃcio da tutela sobre a OSSA, sendo esta delegada no Secretário para a Segurança.
2. No exercÃcio dos seus poderes de tutela, compete ao Chefe do Executivo:
1) Aprovar os orçamentos privativo e suplementar da OSSA e as suas alterações;
2) Aprovar a conta de gerência da OSSA;
3) Aprovar os actos de gestão do Conselho Administrativo da OSSA que impliquem despesas superiores ao limite da sua competência própria, estabelecido na lei, para realização de despesas;
4) Nomear os secretários e o vogal do Conselho Administrativo.
1. São atribuições da OSSA:
1) Desenvolver uma acção social complementar, em relação aos seus beneficiários;
2) Contribuir para a satisfação de carências de ordem económica e social, nomeadamente no domÃnio da habitação, da assistência e previdência, e promover o convÃvio social, a educação e a cultura dos seus beneficiários.
2. Para a prossecução das suas atribuições, a OSSA pode estabelecer acordos de cooperação com outras instituições similares ou com quaisquer entidades públicas ou privadas.
1. A OSSA pode conceder os seguintes benefÃcios:
1) AuxÃlio económico em situações de doença ou de invalidez, de acidente ou falecimento;
2) AuxÃlio económico em situações de casamento e nascimento;
3) AuxÃlio económico em caso de arrendamento ou compra de habitação;
4) AuxÃlio económico para fins escolares;
5) Empréstimos ou adiantamentos pecuniários, em casos excepcionais devidamente fundamentados;
6) Acesso a cantinas, parques de campismo, bem como a instalações desportivas e recreativas;
7) Organização de excursões, festas e espectáculos de ordem recreativa e cultural;
8) Quaisquer outros subsÃdios e empréstimos legalmente autorizados.
2. As condições e critérios de atribuição dos benefÃcios são estabelecidos em regulamento interno.
1. É beneficiário todo o pessoal alfandegário, qualquer que seja a forma do seu provimento ou a natureza da prestação do seu serviço, enquanto se mantiver em funções, bem como os seus aposentados.
2. Podem ainda ser beneficiários:
1) Os ex-militarizados da PolÃcia MarÃtima e Fiscal, adiante designada por PMF, que tenham optado pela desvinculação mediante compensação pecuniária e os seus aposentados;
2) O pessoal civil dos Serviços de Alfândega, qualquer que seja a forma do seu provimento ou a natureza da prestação do seu serviço, enquanto se mantiver em funções naquele organismo.
3. Para usufruir da qualidade de beneficiário da OSSA, o pessoal referido no número anterior deve apresentar ao presidente do Conselho Administrativo um requerimento para aquele efeito e assegurar o pagamento das respectivas quotas.
1. Os benefÃcios a que se refere o artigo 4.º são extensivos ao cônjuge, familiares e equiparados do beneficiário que, nos termos da lei, tenham direito ao subsÃdio de famÃlia.
2. O falecimento do beneficiário não preclude o estipulado no número anterior, sem prejuÃzo do pagamento da quota a que se refere o artigo 8.º
1. São direitos dos beneficiários:
1) Usufruir das regalias concedidas pela OSSA, nos termos dos regulamentos aplicáveis;
2) Assistir e participar nas actividades promovidas pela OSSA;
3) Formular, por escrito, as sugestões e reclamações que julguem oportunas, tendo em vista um melhor funcionamento da OSSA ou a melhoria dos benefÃcios.
2. São deveres dos beneficiários:
1) Pagar as quotas;
2) Cumprir o disposto no presente regulamento administrativo;
3) Fornecer, com exactidão, os dados referentes à sua situação e à dos seus familiares, comunicando, por escrito, no prazo de 30 dias, quaisquer modificações a essa situação.
3. O não cumprimento do disposto na alÃnea 3) do número anterior, bem como a prestação de falsas declarações para a obtenção de quaisquer benefÃcios sociais, implica a restituição das importâncias indevidamente recebidas, sem prejuÃzo do procedimento disciplinar e criminal a que houver lugar.
A quota mensal dos beneficiários é fixada em 0,50 por cento do valor ilÃquido do respectivo vencimento, pensão ou reforma mensais.
O pagamento das quotas dos beneficiários inicia-se no mês seguinte ao da inscrição na OSSA.
1. São suspensos os direitos dos beneficiários:
1) Que se encontrem na situação de licença sem vencimento de curta ou longa duração, salvo se indicarem previamente à OSSA que desejam proceder directamente ao pagamento das respectivas quotas;
2) Cujo vencimento se encontre suspenso em consequência da instauração ou de decisão final de processo disciplinar, salvo se entregarem directamente à OSSA o montante correspondente ao perÃodo de suspensão;
3) Que, por grave infracção aos deveres consignados no n.º 2 do artigo 7.º, sejam punidos com pena de suspensão de direitos;
4) Que cedam a favor de terceiros quaisquer vantagens ou auxÃlios que lhes sejam concedidos pela OSSA.
2. A pena de suspensão de direitos a aplicar em consequência da prática das infracções previstas nas alÃneas 3) e 4) do número anterior é de 30 dias a um ano, conforme a gravidade da situação.
3. A suspensão de direitos produz efeitos relativamente ao cônjuge, familiares e equiparados do beneficiário.
São órgãos da OSSA:
1) O Conselho Administrativo;
2) A Comissão Executiva.
1. O Conselho Administrativo, adiante designado por Conselho, é composto por:
1) Um presidente;
2) Um vice-presidente;
3) Dois secretários;
4) Um vogal.
2. O cargo de presidente é exercido pelo Director-geral dos Serviços de Alfândega, o de vice-presidente pelo Subdirector-geral, os de secretário por pessoal alfandegário e o de vogal por um representante da Direcção dos Serviços de Finanças.
3. Os secretários e o vogal do Conselho são nomeados por despacho do Chefe do Executivo.
4. Nas suas faltas e impedimentos o presidente é substituÃdo pelo vice-presidente.
Compete ao Conselho, sem prejuÃzo dos poderes conferidos à tutela:
1) Orientar a OSSA em todas as suas actividades e iniciativas;
2) Arrecadar as receitas e autorizar as despesas, nos termos legais;
3) Propor ao Presidente do Conselho a lista dos membros a nomear para a Comissão Executiva;
4) Verificar o relatório de contas elaborado pela Comissão Executiva;
5) Deliberar sobre o plano de actividades da OSSA e sobre o respectivo orçamento elaborados pela Comissão Executiva;
6) Aprovar, modificar e interpretar os regulamentos internos;
7) Conhecer dos recursos que se interpuserem das deliberações da Comissão Executiva;
8) Deliberar sobre a aquisição, alienação ou oneração de bens móveis ou imóveis;
9) Deliberar sobre a aquisição, alienação, oneração ou transacção, por qualquer forma, de acções e outros tÃtulos de crédito, desde que estes ofereçam garantia;
10) Deliberar sobre a aceitação de heranças, legados, doações e outros donativos concedidos por particulares;
11) Deliberar e aplicar as sanções previstas no presente regulamento administrativo;
12) Deliberar sobre quaisquer outros assuntos que sejam submetidos à sua apreciação.
1. O Conselho reúne mensalmente em sessão ordinária e, em sessão extraordinária, sempre que for convocado pelo presidente, por sua iniciativa ou por solicitação da Comissão Executiva.
2. O Conselho só pode deliberar com a presença da maioria dos seus membros.
3. As deliberações são tomadas por maioria simples de votos, tendo o presidente voto de qualidade em caso de empate.
4. Das reuniões do Conselho é lavrada acta da qual constam os assuntos tratados e as deliberações tomadas.
5. As actas são redigidas por um dos secretários e assinadas por todos os membros presentes.
Compete ao presidente do Conselho:
1) Convocar e presidir às reuniões ordinárias e extraordinárias do Conselho;
2) Nomear, sob proposta do Conselho, os membros da Comissão Executiva e receber o pedido de demissão destes;
3) Representar a OSSA em todos os actos e contratos, em juÃzo e fora dele;
4) Admitir os beneficiários e aceitar o pedido de cancelamento dessa qualidade.
A Comissão Executiva, adiante designada por Comissão, é o órgão de participação na gestão e de apoio ao Conselho na execução das linhas gerais de actuação da OSSA.
1. A Comissão é constituÃda por cinco elementos, sendo um coordenador, um tesoureiro, um secretário e dois vogais.
2. Os elementos da Comissão são os seguintes:
1) Dois da carreira superior do pessoal alfandegário, devendo, pelo menos um, encontrar-se na situação de efectividade de funções;
2) Três das carreiras de base do pessoal alfandegário, devendo, pelo menos dois, encontrar-se na situação de efectividade de funções.
3. O cargo de coordenador da Comissão é exercido por aquele que tiver maior antiguidade de entre o pessoal alfandegário.
4. O mandato dos membros da Comissão é de 2 anos.
Compete à Comissão:
1) Dar cumprimento às deliberações do Conselho e fomentar o desenvolvimento da OSSA;
2) Elaborar o seu regulamento interno a submeter à aprovação do Conselho;
3) Elaborar anualmente o relatório de contas da OSSA e o respectivo orçamento;
4) Elaborar o plano anual de actividades e dar-lhe execução após aprovação pelo Conselho;
5) Organizar a escrituração das receitas e despesas, elaborando balancetes trimestrais, os quais são afixados na sede da OSSA;
6) Manter actualizado o ficheiro dos beneficiários;
7) Proceder à cobrança das quotas dos beneficiários quando estas não sejam processadas por meio de desconto no vencimento mensal.
1. A Comissão reúne em sessão ordinária de dois em dois meses e, em sessão extraordinária, por convocação do seu coordenador.
2. As deliberações são tomadas por maioria simples de votos, tendo o coordenador voto de qualidade em caso de empate.
Constituem receitas da OSSA:
1) As dotações orçamentais;
2) Os saldos das gerências anteriores;
3) Os rendimentos de bens próprios, juros de capitais e produto da alienação de bens;
4) Os subsÃdios, comparticipações e donativos de quaisquer entidades públicas ou privadas, bem como quaisquer heranças, legados ou doações;
5) O saldo lÃquido apurado em cada ano económico, resultante do funcionamento de cantinas e outros estabelecimentos de que seja titular;
6) O produto de empréstimos concedidos aos beneficiários;
7) As quotas dos sócios e quaisquer importâncias pagas pelos beneficiários;
8) Quaisquer receitas permitidas por lei, não compreendidas nas alÃneas anteriores.
Constituem encargos da OSSA:
1) Os inerentes ao seu funcionamento, nomeadamente com o pessoal, aquisição de bens e serviços, transferências e despesas correntes de capital;
2) Os resultantes da administração e conservação do seu património imobiliário;
3) Outros que resultem de atribuições que lhe estão ou venham a estar cometidas.
A gestão financeira da OSSA subordina-se ao regime financeiro das entidades dotadas de autonomia administrativa e financeira e às directrizes emanadas do Chefe do Executivo.
O orçamento privativo da OSSA e bem assim os orçamentos suplementares são submetidos à aprovação do Chefe do Executivo, acompanhados de parecer da Direcção dos Serviços de Finanças.
1. A Comissão Executiva elabora anualmente, até 31 de Março, a conta de gerência que, após verificação pelo Conselho Administrativo, deve ser submetida, com parecer da Direcção dos Serviços de Finanças, à aprovação da tutela.
2. Independentemente da sua aprovação, o Conselho Administrativo remete a conta de gerência, até 31 de Maio do ano seguinte ao qual diga respeito, ao órgão competente para apreciação nos termos legais.
Os membros dos órgãos da OSSA, à excepção dos que tiverem votado contra, respondem pessoal e solidariamente para com a OSSA, e para com terceiros, pelos danos decorrentes da execução de deliberações que violem o presente regulamento administrativo ou outras disposições legais aplicáveis.
1. O saldo das gerências da Obra Social da Capitania dos Portos de Macau e da PolÃcia MarÃtima e Fiscal, adiante designada por OSCPM/PMF, regulada pelo Decreto-Lei n.º 42/98/M, de 21 de Setembro, no momento da entrada em vigor do presente regulamento administrativo, incluindo os créditos contraÃdos pelos seus membros e os respectivos juros, é dividido proporcionalmente em duas partes, consoante o número dos beneficiários na qualidade de trabalhadores da PMF, e de trabalhadores da Capitania dos Portos.
2. A parte proporcional do saldo das gerências resultante do número dos beneficiários dos trabalhadores da PMF, a que se refere o número anterior, incluindo os créditos contraÃdos pelos mesmos e os respectivos juros, é transferida para a OSSA.
3. É elaborado um inventário, a homologar pelo Chefe do Executivo, de todo o património da OSCPM/PMF, com a indicação dos recursos materiais afectados à OSSA, sem prejuÃzo do disposto no número seguinte.
4. Os arquivos e toda a documentação da OSCPM/PMF referentes aos beneficiários da PMF são transferidos para a OSSA.
Os encargos financeiros resultantes da execução do presente regulamento administrativo são suportados por conta das dotações constantes do orçamento da OSCPM/PMF destinadas para o efeito.
O presente regulamento administrativo entra em vigor no dia 1 de Julho de 2004.
Aprovado em 28 de Maio de 2004.
Publique-se.
O Chefe do Executivo, Ho Hau Wah.
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